16.12.08

“O jovem lenhador”


Cortar árvores é uma actividade tradicional no Alasca. Há lenhadores famosos, com habilidade e energia no uso do machado. Aprender a ser um bom lenhador exige bastante empenho.

Aquele rapaz era ambicioso. Decidido a tornar-se um grande lenhador, resolveu procurar o melhor de todos os lenhadores do país.

- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a usar o machado como o senhor.

O aprendiz, dedicou-se, prestou atenção às lições do mestre e foi praticando afincadamente.

Passado algum tempo achou-se melhor que o mestre.

- Sou mais forte, mais ágil, e já domino a técnica, vencerei facilmente o velho lenhador – pensou. E desafiou-o para uma competição. Quem cortasse mais árvores no período de seis horas seria o campeão.

O desfio foi aceite. No dia marcado o rapaz, começou cheio de genica. Com grande entusiasmo foi cortando tronco atrás de tronco. De vez em quando ia ver o mestre lenhador e muitas vezes via-o parado, com o machado na mão.

- Coitado, já não pode mais - pensava o jovem, sentindo-se já o novo campeão.

Findo o dia verificou, com espanto, que o mestre tinha cortado muito mais árvores do que ele.

- Mas como isto é possível? Quase todas as vezes que olhei para si, o senhor estava a descansar!

O mestre sorriu, pegou no machado e mostrou-lhe a lâmina afiadíssima.

- Eu não estava a descansar. Estava a afiar o meu machado. Foi por isso que o meu amigo perdeu.


Adaptado de, António Mão de Ferro, “O método expositivo”, colecção Formar Pedagogicamente

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